Tenho 66 anos. Não sou um idoso
pronto ou prestes a escrever memórias ou a minha autobiografia. Porém, filho de
um jornalista, educador, advogado e político, um Homem Público de prestígio, de muitas
ideias e obras; e, como jornalista, iniciando atividades intelectuais na
juventude, especialmente como Humorista, com colunas em muitos veículos do País;
e, antes disto, desde a infância, com a oportunidade de estar em ambientes do
poder, artísticos e culturais – tive, enfim, o privilégio de conhecer e
conviver com personalidades da vida brasileira muito cedo, testemunhar
episódios marcantes e, até, participar de alguns deles. Abaixo, alguns registros de
fatos, hábitos e costumes, de caráter moral, social, histórico e cultural, incluindo
as mudanças científicas e tecnológicas, ocorridos durante a minha vida, que,
eventualmente, anotei nos últimos anos. Nada de vaidade, cabotinismo ou
façanhas de herói. Apenas o exercício da vocação de repórter, crítico e
historiador, e alguns milagres ou coincidências. Mas, principalmente, o desejo provocador
de levar aos meus leitores à reflexão sobre os contrapontos, as disparidades e
diferenças entre o passado recente e a atualidade.
EU SOU DO TEMPO...
que se tomava a bênção aos pais, avós, tios e padrinhos.
que não se sentava à mesa sem camisa.
que se chamava os mais velhos de “senhor” e “senhora”.
que não se tomava banho, se cortava o cabelo ou se fazia a
barba depois das refeições.
que cada um tinha a sua escova de dente.
que não se dizia a pai e mãe: “mentira”, “mentiroso” ou
“mentirosa”.
que se penteava o cabelo antes de dormir.
que se previa que os achocolatados Kresto e Toddy iriam
concorrer no mercado, o que não ocorreu.
que os guardanapos eram de linho.
que as crianças usavam boinas no inverno.
que existia os produtos de higiene Eucalol, Vale quanto pesa e Odol.
(Foto:http://carissimascatrevagens.blogspot.com.br) |
que, quando se pretendia namorar uma garota, a senha era:
“Eu quero falar com você”. Estava feito o pedido.
que não se contestava as explicações dos pais quanto a
dificuldades financeiras da família.
que não se misturava manga com leite.
que se cedia lugar nos transportes públicos às mulheres, pessoas
mais velhas, grávidas e deficientes físicos.
que se respeitavam os professores.
que escuro dava medo.
que não se comia carne bovina da segunda-feira após o
Domingo de Ramos até o Sábado de Aleluia.
que se apaixonava, platônica ou sensualmente, por belas
mulheres casadas, honestíssimas e impossíveis.
dos excelentes sorvetes da Kibon
vendidos em casquinhas ou em potes, nas padarias e mercearias; e das carrocinhas
amarelas da Kibon onde se podia comprar os maravilhosos picolés: o imbatível
Chica-bon de chocolate, o Já-já de coco, o Kalu de limão, o Ton-bon de abacaxi
e o supremo Eski-bon; as guloseimas Ki-Bamba, Ki-Coisa; Ki-Leite, Ki-Coco, Ki-Passas,
Lingote, Delicado, Amendoim coberto de chocolate e a Jujuba. Tudo isto são
lembranças gustativas impossíveis de serem recuperadas.
que a missa era em latim e eu,
como aspirante a coroinha num colégio de padres, tive de decorar as falas do
acólito na língua de Cícero em 48 horas, sob pena de ser excluído do grupo de
meninos que queriam ajudar na liturgia.
que só se dançava de rosto colado com a namorada ou com alguma
garota assanhada.
que garota “galinha” não ia pra cama, mas somente “sarrava”,
isto é, era parceira em libidinagens.
que somente as prostitutas, algumas empregadas domésticas e mulheres livres (mal casadas ou solteiras fogosas incontroláveis)
transavam com os rapazes.
que se beijava nas faces apenas:
pai, mãe, irmãos, avós, tios, primas, professora (primária) e madrinha de
batismo. Na boca, namorada e mulheres de aventuras.
que, com caxumba, não se saía da cama e se pisava descalço no chão frio, porque o testículo "subia" e você ficava sexualmente "estéril".
que, com caxumba, não se saía da cama e se pisava descalço no chão frio, porque o testículo "subia" e você ficava sexualmente "estéril".
da Casa Neno, que “Serve
bem ao grande e ao pequeno” e de À Colegial, loja de uniformes escolares, ambas de Niterói.
do maravilhoso refrigerante Taí, de sabor indefinido, gosto de recreio escolar; nos anos 1980-90, ressuscita-se a marca, porém bem distante do refrigerante mágico da década de 1960, que nem lembrava aquele líquido neutro, com pouco açúcar, uma magia pré-púbere.
da Niterói, antes da ponte, quase cidade do interior, sem crimes, autossuficiente, da qual você somente precisaria sair dela para uma consulta com um médico de grande fama ou para fazer uma compra extraordinária de uma produto no centro do Rio ou em Copacabana, se Niterói não o possuíse.
do maravilhoso refrigerante Taí, de sabor indefinido, gosto de recreio escolar; nos anos 1980-90, ressuscita-se a marca, porém bem distante do refrigerante mágico da década de 1960, que nem lembrava aquele líquido neutro, com pouco açúcar, uma magia pré-púbere.
da Niterói, antes da ponte, quase cidade do interior, sem crimes, autossuficiente, da qual você somente precisaria sair dela para uma consulta com um médico de grande fama ou para fazer uma compra extraordinária de uma produto no centro do Rio ou em Copacabana, se Niterói não o possuíse.
do Príncipe, que “veste
hoje o homem de amanhã”.
das Rádios Relógio e Mayrink Veiga.
da Casa Santa Branca, da Imperatriz das Sedas e da Tecidos Kalil M. Gebara.
dos inúmeros restaurantes árabes, de comida boa e barata, que povoavam todo o Rio.
da cerveja gélida do Safita, na Glória, com bota-gostos e pratos árabes.
da Casa Santa Branca, da Imperatriz das Sedas e da Tecidos Kalil M. Gebara.
dos inúmeros restaurantes árabes, de comida boa e barata, que povoavam todo o Rio.
da cerveja gélida do Safita, na Glória, com bota-gostos e pratos árabes.
da “VARIG, VARIG,
VARIG”.
do antigo Bar Luiz, seu chope, queijo prato e bota-gostos insuperáveis.
da Panair do Brasil,
da banana split das Lojas Americanas.
da noite em Copacabana, com dezenas de casas com música ao vivo, apresentando os maiores astros da Música Brasileira.
da Sloper, da Exposição, da Casa José Silva, da Ducal, da Casa Masson, e das confeitarias Cavé, Manon, Colombo (antiga, não a atual) e Gerbô.
dos cinemas da Tijuca e da Cinelândia.
do Beco da Fome, na Prado Júnior.
das Cantinas Sorrento e La Fiorentina (a falecida).
das Casas Pernambucanas que advertia: "Não adianta bater / Eu não deixo você entrar / As Casas Pernambucanas / É que vão aquecer o meu lar..."
do antigo Bar Luiz, seu chope, queijo prato e bota-gostos insuperáveis.
da Panair do Brasil,
da banana split das Lojas Americanas.
da noite em Copacabana, com dezenas de casas com música ao vivo, apresentando os maiores astros da Música Brasileira.
da Sloper, da Exposição, da Casa José Silva, da Ducal, da Casa Masson, e das confeitarias Cavé, Manon, Colombo (antiga, não a atual) e Gerbô.
dos cinemas da Tijuca e da Cinelândia.
do Beco da Fome, na Prado Júnior.
das Cantinas Sorrento e La Fiorentina (a falecida).
das Casas Pernambucanas que advertia: "Não adianta bater / Eu não deixo você entrar / As Casas Pernambucanas / É que vão aquecer o meu lar..."
dos Lenços Paramount “... e ainda são perfumados”.
do “Melhoral,
Melhoral, é melhor e não faz mal”.
do jingle: “Se lâmpada queimar /não adianta reclamar /
nem bater o pé / O que resolve / é ter sempre à mão / lâmpada GE...”
que havia “No ar, mais
um caravelle da Cruzeiro do Sul / E, a bordo, tudo azul”.
do Banco Irmãos Guimarães – BIG, de
portugueses, que distribuíam parte dos lucros da empresa com seus empregados; o
escriturário do BIG tinha casa própria e carro.
do Banco Nacional “O banco que está
ao seu lado”, e seu jingle do Natal de 1971, criação de Edson Borges, o Passarinho: “Quero ver você não chorar não olhar pra trás / Nem se arrepender do que
faz / Quero ver o amor vencer mas se a dor nascer / Você resistir e sorrir / Se
você pode ser assim tão enorme assim / Eu vou crer / Que o natal existe, que
ninguém é triste / E no mundo há sempre amor / Bom natal um feliz natal / Muito
amor e paz pra você”.
dos Programas: PRK-30, com Lauro
Borges e Castro Barbosa; Lyra de Xopotó,
com Paulo Roberto; César de Alencar;
Balança, mas não cai, com Paulo Gracindo e Brandão Filho; das novelas O
Anjo; Jerônimo, o herói do sertão e Bianca;
e a locutora da Rádio anunciava: “o
creme dental Colgate, o criador dos mais belos sorrisos e Palmolive, o sabonete
embelezador da mais alta qualidade que existe, apresentam...”
de “Romário – o homem-dicionário”, que não era jogador de futebol, mas
sabia, de cor, um dicionário inteiro da Língua Portuguesa e respondia a
perguntas em programas de auditório.
dos Trigêmeos
Vocalistas que se apresentavam na TV e sopravam flautim com ar saído das
narinas.
das vedetes, lindas e perfeitas, curvilíneas, sem plásticas e sem academia, com corpos femininos, sólidos e roliços, sem braços de pugilista, nem pernas de zagueiro central: Angelita Martinez e Virgínia Lane.
Angelita Martinez (Foto: Acervo Marcelo Câmara) |
que “depois do sol,
quem ilumina o seu lar é a Galeria Silvestre”.
do Bazar Francês, Rua da Carioca, nº 5: “Brinquedo pra mim e pra vocês”.
do programa Musicas na
Passarela, da Rádio Mundial: “música azul”, “música verde”, “música grená”
etc.
do programa Hoje é dia
de rock, na Mayrink Veiga, com Jair de Taumaturgo.
que a Rádio Jornal do Brasil
lançava as vanguardas da MPB, como as composições da Bossa Nova, de Newton
Mendonça e Tom Jobim, e, mais tarde, da Tropicália, de Caetano e Gil.
das Estampas Eucalol.
das revistas Seleções (Reader's Digest) e das femininas A Cigarra e Querida.
das revistas Seleções (Reader's Digest) e das femininas A Cigarra e Querida.
que Jorge Veiga, Ademilde
Fonseca, Ivon Curi, Ângela Maria, Jorge Goulart, Nora Ney, Blecaute, a
Orquestra Tabajara, de Severino Araújo, Stelinha Egg, Cauby Peixoto, Dalva de
Oliveira, Jackson do Pandeiro e Almira, Vicente Celestino, Elizeth Cardoso, Aracy
de Almeida, Bené Nunes, Carolina Cardoso de Menezes, Orlando Silva, as Irmãs
Batista (Dircinha e Linda), Sérgio Murilo, Zezé Gonzaga, Nelson Gonçalves, Conjunto Farroupilha, Dilermando
Reis, Cely Campelo, Nilo Sérgio, Maysa, Bob Nelson, Leny Eversong, Fafá Lemos,
Marinês e sua Turma, Luiz Gonzaga, Adelaide Chiozzo, Luiz Vieira, Marlene, Edu
da Gaita, Elza Soares, Dick Farney, Silvinha Telles, Silvio Cesar, Tia Amélia, Altamiro
Carrilho, Claudete Soares, Nilo Sérgio, Zezé Gonzaga e Waldir Calmon – tocavam
no rádio.
que se rezava pela manhã e ao
deitar.
que um padre era facilmente identificável num grupo de
leigos ou de rufiões bêbados e descompostos.
que os advogados, promotores e
defensores públicos escreviam corretamente e falavam bem, e os juízes,
respeitabilíssimos e equilibrados, eram cultos, exibiam erudição.
que se lavavam as mãos antes das
refeições e se usava bidê como a melhor higiene.
que os meninos, amigos, caminhavam abraçados, e as meninas,
de mãos dadas.
que mulher usava bolero, anágua e combinação, e, formavam
pares nos bailes, na falta de cavalheiros.
que levar palmadas dos pais e ficar de castigo não levavam os filhos, mais tarde adultos, a terapias.
que se beijava, pedindo bênção, as mãos dos padres, bispos e cardeais.
que levar palmadas dos pais e ficar de castigo não levavam os filhos, mais tarde adultos, a terapias.
que se beijava, pedindo bênção, as mãos dos padres, bispos e cardeais.
que, nos clubes, se levava a dama até a mesa ao final da
dança.
que a tulipa do chope tinha a espessura de uma casca de ovo
e o queijo prato era saboroso.
que não ganhar um brinquedo que os pais não podiam dar não provocava distúrbios psicanalíticos, nem faziam os filhos sair de casa.
que não ganhar um brinquedo que os pais não podiam dar não provocava distúrbios psicanalíticos, nem faziam os filhos sair de casa.
que se dizia “balaustre”,
“balaustrada”, 'bureaux"; se fazia rol de roupas para a lavadeira; se areava panelas; as
costureiras cerziam e chuleavam; se usava Alginex,
Elixir Paregórico, água vegeto mineral, pedra pome; e aos bebês chorosos era dado Luminaleta.
Chocolate surge na capital paulista em 1888, do empreendedorismo da Senhora Alwine Sophia Sönksen (Foto: www.saopauloantiga.com.br) |
que se ia a baile,
principalmente, para dançar; e muito; uma garota conquistada era o melhor dos
mundos.
que o católico ia à missa aos
domingos e dias santos, comungava regularmente, ou, ao menos, uma vez por ano,
na Páscoa da Ressurreição, e tinha o seu padre confessor.
da manteiga feita de nata de leite de vaca, batida à mão.
dos chocolates Bebê
e balas Tofee, da Bhering, indústria localizada no bairro de Santo Cristo, na Cidade
do Rio de Janeiro, a Capital do Brasil.
E do chocolate Refeição, da Neugebauer.
que se convivia com o sentimento de culpa e se administrava a depressão, buscando-se a reflexão através da oração, o diálogo com os mais velhos, especialmente pelos que já passaram por isso, e se tentava a autoanálise.
E do chocolate Refeição, da Neugebauer.
que se convivia com o sentimento de culpa e se administrava a depressão, buscando-se a reflexão através da oração, o diálogo com os mais velhos, especialmente pelos que já passaram por isso, e se tentava a autoanálise.
EU ALCANCEI...
Ø
escarradeiras nos banheiros domésticos.
Ø
bonde, trólebus e lotação no Rio; e "carro de praça" sem "relógio" em Niterói.
Ø
Emilinha Borba bonita, insinuante, de “tomara
que caia”, sem plásticas, de vestido branco rodado, diáfana, com seguranças ao
seu redor, recebendo cachês lunáticos.
Ø a theca Dana de Teffé (nascida Dana Edita Fischerova) e o advogado mineiro Leopoldo Heitor de Andrade Mendes namorando no bar do Hotel Fazenda da Grama, em Rio Claro, RJ, no início dos anos 1960.
Mário Peixoto, autor do argumento,
roteiro, cenários, produtor e diretor
de Limite (1931), considerado
"o melhor filme brasileiro
de todos os tempos".
(Foto: www.adorocinema.com) |
Ø
Jacy Campos fazendo o primeiro talk show da TV brasileira, na falecida
TV Tupi, Canal 6, do Rio, no programa Meio-Dia,
que, além das entrevistas e shows ao vivo, transmitia reportagens exclusivas.
Ø
(e adorava) maionese caseira, feita à mão,
batida com a mistura de gema de ovo, azeite e sal.
Ø
na década de 1950, em Niterói, RJ, duplas de
muares puxando carroças que recolhiam lixos das ruas e das residências.
Ø
o programa Alô
Querida!, com a belíssima Eva Wilma e John Herbert, casal na vida e na arte, na extinta TV Tupi, do
Rio.
Ø
guardas-noturnos, vigilantes e ativos, soprando
apitos, cumprindo rondas nas ruas de Niterói, RJ.
Ø
o ator Orlando Drummond e a atriz Nádia Maria, a
Marilinha, abrindo ou fechando o
programa de humor Boate do Ali Babá e os
quarenta garçons, toda sexta-feira à noite, na falecida TV Tupi, do Rio.
Ø o compositor e cantor Erasmo Carlos
em início de carreira, quase que diariamente, nos alvores
dos anos 1960, no programa Rancho do
Paulo Bob, nos estúdios da Rádio Federal de Niterói, caitituando o seu primeiro compacto.
GENTE, EU...
Ø
assisti a uma palestra de Fidel Castro, na
década de 1980, cinco metros à minha frente, num auditório em Brasília, sobre a
realidade de Cuba, História e Política internacional.
Ø estive ao lado de Adhemar de Barros, em 1954,
quando candidato à Presidência, como sempre obeso, alegre e loquaz, sentado na
varanda da minha casa em Angra dos Reis.
Ø eu assistia ao Circo Bom Brill, com Carequinha, Fred,
Zumbi e Meio-Quilo, na TV Tupi, Canal 6, às 19h das quartas-feiras; e o Circo do Arrelia, na TV Rio, Canal 13, às
segundas. Na Tupi, assistia, também, Clube
do Titio Hélio, com Hélio Ribeiro e seus desenhos animados; Clube do Guri, ao meio-dia a cada
domingo, apresentado por Collid Filho, que revelou as crianças Sônia Delfino,
Wanderléia, Rosemary e Leny Andrade; Aula
de Inglês, com Gladys; Grande Teatro
da Imperatriz das Sedas, ao vivo, com Procópio Ferreira, Fernanda
Montenegro e outros astros de primeira grandeza; Festival Trol de Teatro Infantil, às 14h de cada domingo, com Zilka
Salaberry, Paulo Padilha, Ida Gomes, Roberto de Cleto, Edson Silva, Fábio Sabag
e outros craques. Na TV Rio, Falando
francamente, programa de entrevistas políticas com Arnaldo Nogueira (antes por outro âncora), deputado federal pela UDN, e a Grande Resenha Facit, depois na Globo, apresentada por
Luiz Mendes (Botafogo), com Armando Nogueira (idem, de terno e gravata), Nelson
Rodrigues (Flu), José Maria Scassa (Fla), Hans Hennigsen (“o marinheiro sueco”),
Vitorino Vieira (Vasco), o artilheiro Ademir, o Queixada; depois entrou o americano Achiles Chirol; havia, ainda,
um botafoguense de terno e gravata borboleta, de família árabe, do qual o nome
não me recordo. Na TV Continental, Canal 9, com sede nas Laranjeiras, das
Organizações Rubens Berardo (depois Vice-Governador de Negrão de Lima na GB; morreu
assassinado em casa); eu era expectador assíduo do programa de Gilson Amado tratando de temas da Educação e Cultura.
Ø
tomei a minha primeira pinga aos seis anos, uma Graúna, de Paraty, RJ, marca extinta na década de 1960; nunca mais deixei
de beber.
Ø
bebi, e muito, com grandes personalidades da
Cultura Brasileira, como o compositor Nelson Cavaquinho; o diretor de teatro Ziembiński; os cineastas Nelson Pereira dos Santos
e Walter Lima Júnior; o antropólogo Darcy Ribeiro; os grandes músicos e
compositores Codó, Luiz Bandeira, Silveira, (compositor da obra-prima Canção do nosso amor), Carlos Lyra,
Roberto Menescal e Juquinha Stockler (o baterista predileto de Newton Mendonça, Tom Jobim e João
Gilberto), além do pianista, compositor e maestro Geraldo Mendonça; e o físico nuclear
Bautista Vidal, pioneiro das energias alternativas no Brasil.
Ø
cruzei com Nara Leão e Cacá Diegues, em
lua-de-mel, namorando nas madrugadas, pelas ruas coloniais de Paraty, RJ.
Ø
fui recebido, com o meu filho, de seis
anos, por João Paulo I, em audiência reservada, em 1980, na Nunciatura
Apostólica do Vaticano, em Brasília.
Marcelo, aos dez anos, em 1960, numa viagem de lancha, entre Angra e Paraty, com o Governador Roberto Silveira. (Foto Acervo Marcelo Câmara) |
Ø
vi Adhemar de Barros Filho, jovem, rico, antes
de entrar para a política, atlético, de maillot de bain de lastex, fazendo pesca
submarina em Angra dos Reis na década de 1950.
Ø
tive como costureira das minhas camisas de
menino, sob medida, até os seis anos, em Angra dos Reis, Dona Zizinha, mãe do grande sambista e cantor
carioca Joel de Almeida, da dupla Joel e
Gaúcho, que lançou Roberto Carlos em disco pela primeira vez, no final dos
anos 1950, cantando Bossa Nova, para competir com João Gilberto. Não deu certo.
Roberto partiu pra outra com muito sucesso.
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Marcelo, Marcelo,
ResponderExcluirque maravilhoso artigo. Tudo que vem de você é mesmo uma maravilha. São memórias que deixam saudade para quem viveu aquelas épocas, boas épocas e que não voltam mais. Levam os sensíveis à emoção, à saudade, a reviver, às lágrimas. Minha esposa e eu choramos. Não, lágrimas de tristeza, mas de boas recordações. Que pena que tudo acabou. Aquela sua foto, ainda menino, praticamente no colo do governador Roberto Silveira é uma relíquia. Seu rostinho é de felicidade. O dele, de prazer, de amizade. Um pai, um filho. Assim vimos e sentimos. Você tem mesmo muitas ricas histórias para contar. Estamos encaminhando este seu artigo para muitos amigos daquela época. Enviei para o Paulo Coelho. Paulo vai adorar. Ele é emotivo e metafísico. Também enviei para o Aldir Blanc. Aldir vai adorar. Vou encontrar o e-mail do Hélio Paulo Ferraz para enviar também. Todos foram daquela época. E, por fim, estou enviando para o Papa Francisco, com quem mantenho correspondência desde Buenos Aires. Para Francisco, vou fazer antes uma explicação, relatando nossas vidas no Salesiano de Niterói e contando como era a vida no Rio, no Brasil daquela época.
Muito obrigado.
Jorge Béja
Mto bom. Parabéns
ResponderExcluirOi Marcelo. Entrei para falar com vc sobre um assunto que não quero expor aqui e vendo todas essas lembranças me deu muitas saudades daqueles bons tempos de angra dos reis.
ResponderExcluirMas estou precisando resolver uma situação processual em Angra, temm um prazo processual a vencer e gostaria que vc me indicasse um advogado de super confiança. Alias por incrivel que pareça ainda é um assunto do tempo em que seu pai, amigo do meu, advogaram na questão que preciso resolver. Talvez vc até imagine de qual assunto se trate. Podendo me dar um retorno agradeço de coração. Aproveitando, pelo que li aqui agora, já me animei de ir até ai ver os seus progressos. Parabéns! (pode me dar um retorno o mais rápido que puder? Muito obrigada pela atenção)
Entre no meu site www.ilhaverde.net e escreva para mim na página CONTATO identificando-se, já que aqui você não quer se revelar.
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